O que olha tanto?
Me levantei e me vesti, gostei da roupa, mas era um pouco curta, mas nada demais. Ia sair com ela, minha mãe, só para almoçar, não sabíamos onde ainda, mas procurávamos algo no bairro. Perto de casa havia um shopping, entramos na esperança que algum restaurante chamasse nossa atenção.
Parece que chamei atenção de alguém… aquele homem logo ali que me olhava fixamente, que não deixou de ser notado por mim e pela minha mãe. Passamos reto, talvez meio acostumadas, esquecemos o assunto. Almoçamos, conversamos, estávamos prontas pra ir embora.
Outro olhar me chamou atenção, e dessa vez, incomodava minha mãe também.
– Ei moço, o que olha tanto?
– Também… usando essa roupa…
– Mas quantos anos você tem?
– Não te interessa menina!
– Com certeza mais que o dobro da minha idade, considerando que tenho apenas quinze. Então repito, o que olha tanto?
Ele me olha com reprovação, pra variar um pouco…
– Mas como sua mãe deixa você sair de casa assim?
– Assim? Nada indecente para um shopping, não estou usando nada demais, eu gosto de como fica em mim e parece que você também, você me incomoda, pode parar?
– Se se veste assim, não quer chamar atenção?
– As vezes já me é difícil olhar no espelho e gostar do que vejo, e eu gosto assim, não vou tirar por um homem de quarenta anos que sexualiza qualquer corpo feminino que apareça pela frente.
Aquela cara de reprovação ja me era muito normal.
– Não saio de casa esperando que homens mais velhos me encarem, se não gostou não olhe moço.
Assim, aquele homem foi se distanciando, quando percebi nem o via mais.
É claro que tudo aquilo se passou inteiramente na minha mente, porque o medo de me aproximar era maior do que a vontade de interrogar aquele moço. Talvez da próxima vez eu faça isso, quem sabe eu vá ate lá.
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